Aniversário

Asfalto para os buracos de Pelotas

Usina de asfalto adquirida pela prefeitura em 2014 é utilizada principalmente para tapar buracos; ruas no Fragata, Navegantes, Areal e Recanto de Portugal estão no cronograma para receber o produto nos próximos meses

Em 2014 um equipamento de R$ 850 mil foi adquirido pela prefeitura de Pelotas para auxiliar na pavimentação das ruas da cidade. A usina de asfalto móvel veio para substituir a antiga utilizada pela Secretaria de Obras e Pavimentação, com 30 anos de uso e operando apenas com metade de sua capacidade. A promessa era de agilidade para realizar um trabalho que é reivindicação da maioria dos pelotenses: ruas pavimentadas e com asfalto de qualidade.

O primeiro trecho a receber o material da nova máquina, menos poluente e mais ágil, foi na avenida Ferreira Viana, entre as ruas Almirante Barroso e Bento Gonçalves. Nos últimos dois anos de funcionamento, cinco vias receberam camada asfáltica, a maioria no Fragata: ruas Allan Kardec, Conselheiro Brusque, Santo Michelon e Carmen Miranda e a avenida Cristóvão José dos Santos, na Cohab Tablada, de acordo com o secretário Ubiratan Anselmo. As grandes avenidas e obras de maior porte não são feitas com asfalto local, já que são licitadas por empreiteiras. Um exemplo é a avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, ainda a ser liberada completamente. "É a Seplag (Secretaria de Planejamento e Gestão) que faz, com empresas terceirizadas", diz.

A usina produz o pavimento especialmente para cobrir buracos nas vias e asfaltar pequenos trechos. As operações Tapete Preto e tapa-buracos são feitas com material da máquina. Recapeamento de asfalto das ruas que têm pavimento de pedra é outra prioridade.

A rua Frei Caneca, no Fragata, é uma das próximas a receber as melhorias, de acordo com o cronograma da Secretaria. Ubiratan, questionado sobre como as ruas são priorizadas para ganhar pavimentação, diz que "quem escolhe é a prefeita", Paula Mascarenhas (PSDB). Depois, completa: "As demandas de buraco vêm por nós, nosso pessoal andando na rua, ou pelo Colab (aplicativo), que tu podes fotografar e mandar pra prefeitura". "Buracos nas vias" é o segundo item de maiores reclamações pelo aplicativo, com 17,1%, somente atrás de "Lâmpadas apagadas à noite", com 17,9%. "Linhas de ônibus nos pedem também", diz, destacando que o trabalho é especialmente intenso após dias de muita chuva, que costumam acarretar no surgimento de buracos.

Das ruas a serem asfaltadas ou que já receberam asfalto, seis ficam no Fragata. Ubiratan argumenta que o local tem tráfego intenso, além de ser um bairro grande. "Não tem preferência", afirma.

Qualidade
"A cidade é muito plana e muito úmida. E o asfalto é inimigo da umidade", explica José Luiz, engenheiro da pasta. A qualidade do asfalto é algo que costuma ser questionado por grande parte da população. Pouco tempo após ser colocado, é comum sentir relevos nas vias, especialmente no caminho percorrido por ônibus, próximo às paradas. Sobre isso, o engenheiro diz que a qualidade é controlada pelo laboratório de solos e asfaltos. "O nosso problema é que temos uma área muito grande de asfalto. Ele também tem uma vida útil", teoricamente de cinco a seis anos em um trânsito urbano, explica. Portanto, refazer o pavimento é normal. "Se não fica bem compactado, com temperatura baixa, aí esfarela. Aí a gente tem que ir lá e refazer."

O asfalto é como uma camada de pequenas pedras e petróleo, que possui vazios no meio. Se essa camada não for bem compactada, ocorre uma infiltração de água da chuva, ocupando esses vazios. Com a pressão dos ônibus, por exemplo, passando por cima dessa camada, a água tende a sair, quebrando o asfalto e criando buracos na via. O controle da usina e a execução na pista, por exemplo, que não pode demorar muito tempo, são essenciais, afirma o engenheiro.

O custo dessas melhorias nas ruas da cidade é salgado. São R$ 40,00 para o metro quadrado de asfalto. Um quilômetro de pista, com dez metros de largura, custa R$ 400 mil para a prefeitura. Na tarde de 1º de novembro, funcionários da pasta asfaltavam a rua Ney Gusmão de Oliveira, no Navegantes, em frente à Unidade Básica de Atendimento Imediato (Ubai). O caminho é familiar para Renato Carrasco, 45, entregador de lanches na noite. Cheia de buracos, transitar por aquela via durante a noite era um desafio para o motorista. "Tá melhorando. Se continuar nesse ritmo vai ficar 'show de bola'", elogiou ele, enquanto passava de moto pelo local, logo após ter recebido a camada asfáltica.

Funcionamento
O cimento asfáltico de petróleo e o pó de brita são depositados no interior da usina, que faz a mistura através de comando computadorizado, despejando a massa asfáltica em um contêiner que é levado pelos funcionários para as vias. O custo entre as duas máquinas, porém, é praticamente o mesmo. A diferença é que a comprada em 2014 produz o dobro em comparação com a antiga, com 60 toneladas por hora. No entanto, esta ainda não foi descartada: inclusive é útil quando a usina nova apresenta problemas ou passa por manutenção. "Ainda dá um caldo pra gente", fala o secretário.

Para trabalhar melhor e dar vazão à demanda, a Secretaria precisaria ter o dobro do maquinário que possui hoje. Além do número de funcionários, que foi reduzido ao longo dos anos. Em outros governos chegou a ter 200, diz. Atualmente, 80. "Pelotas cresceu muito. A periferia cresceu também", pensa o engenheiro José Luiz. A área de atuação da pasta, portanto, também foi ampliada. Entretanto, o maquinário e o número de funcionários não tiveram acréscimos, fator que compromete a pavimentação e a manutenção das ruas. Diversas vias de grande circulação ainda são de chão. Uma delas é a avenida Guadalajara, na Três Vendas, percorrida pelo transporte coletivo e intransitável em dias de chuva. "A gente tá com um projeto de asfaltar ela toda. Talvez em 2018 saia do papel", projeta Ubiratan.

Asfaltadas
- Ruas Allan Kardec, Conselheiro Brusque, Santo Michelon e Carmen Miranda, no Fragata
- Avenida São Cristóvão, na Cohab Tablada
- Trecho da avenida Ferreira Viana
- Rua São Paulo, nas Três Vendas

Pavimentação em andamento nas últimas semanas
- Rua Ney Gusmão de Oliveira, no Navegantes

Serão asfaltadas até o final do ano
- Rua Frei Caneca, Fragata
- Rua 9, Navegantes
- Rua Afonso Pena, Fragata
- Rua Ambrósio Perret, no Areal
- Rua Paul Harris, no Areal
- Rua Cidade de Faro, no Recanto de Portugal

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